Sou...

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Zürich, Zürich, Switzerland
Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.

Simone

Há tanto para dizer, que parece que as palavras se me vomitam. Mas saem em letras desordenadas e confusas, como se eu sofresse de uma dislexia incontrolável e que ataca mesmo nos momentos em que o cansaço me dá tréguas. O esforço para lhes achar sentido, creio poder comparar-se ao que é feito por alguém que monta o seu primeiro puzzle e este é um 3D de duas mil peças.

Gosto do palco! Não pelos aplausos e pelas atenções. É pelo desafio de me vencer e aos medos. Pelo controlo da mente sobre o corpo que treme, no segundo antes de entrar em cena. A adrenalina sem máscaras nem álcool à mistura. Depois desfaço-me das roupas e dos balões e sou outra vez eu, corada e de coração acelerado quando se me dirigem para um cumprimento. Sou outra vez eu, assustada e perdida, num mundo demasiado grande para o meu tamanho. A vontade é de fugir. Lá em cima sou valente, intocável. Fora... percebo que me teria perdido irremediavelmente de mim, confundindo-me nas personagens que assumia, se um dia me tivessem apoiado a fazer do teatro, forma de vida.

Realizei o sonho e agora estou sem tempo. Parti para outros lugares. Mais confortáveis pela ausência do confronto directo.

Tornei-me caçadora de momentos alheios. Sempre em companhia de uma antiga Canon analógica. Coisas que o dinheiro da família permite... Tal como permite o laboratório onde se revelam as impressões da luz deixadas no filme.


Há fotografias de gente que se abraça, de gente que discute, se reencontra, se despede. De gente que caminha sozinha, de cabeça baixa. Há lágrimas, há sorrisos, há festas e fome. Um mundo povoado de humanos, dentro de quatro paredes. Um mundo que ficou cheio do que eu vi.

Pego no cantil e o dono da gasolineira já me conhece bem.
"Menina Simone, que faz aqui a pé? "
- Fiquei sem combustível, pode ajudar-me?
E ajuda. Sempre ajudam. Porque a sensação de que nos fazem felizes os faz felizes a eles.

O céu está encoberto. Não verei estrelas nem lua, e também parece que não irá chover. É hora de acabar com a palhaçada. Casa arrumada e acendo o meu último cigarro.

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