Nem lhe deixaram arrefecer as cinzas e logo se desfizeram do que um dia lhe vestiu e abrigou o corpo. Guardei uma caixa carregada de álbuns com fotos antigas... que seria combustível na lixeira, se eu não a tivesse visto e salvo no último momento.
A pele lisa e a expressão de vida na juventude, contrastam com o que conheci naquela mulher. Morreu! Morreu da forma mais cruel que imagino que se possa morrer. Sem que ninguém a chore, sem flores, sem despedidas. Como se tivesse morrido na memória daqueles a quem deu vida, muito antes do coração lhe ter parado.
Eu sabia-lhe dos medos. E tenho quase a certeza que foram eles que a mataram.
Dentro da casa... ficou a dor, a tristeza agonizante da solidão, o cheiro dos medicamentos e a quietude de quem já não espera nada.
As orquídeas sentiram-lhe a falta e deixaram cair as flores.
Sou...

- Rosa Oliveira
- Zürich, Zürich, Switzerland
- Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.
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