Sou...

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Zürich, Zürich, Switzerland
Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.

Please please God, make me good

Hoje pedi-te um abraço porque as memórias que doem voltaram,tomaram conta de mim e não consigo manda-las embora... Tu não soubeste abraçar-me...não soubeste abraçar-me...

Não tenho dormido grande coisa e as dores de cabeça são quase constantes. A voz também perdeu a força, parece tê-la emprestado às visitas indesejadas, para que elas se tornem ainda mais presentes e vivas. Quando fecho os olhos, vejo-me outra vez menina de 7 anos. Uma menina quase igual a outras, que carrega um segredo e o terror nos ombros e que à noite reza a Deus para que saiba ser boa.

Quando se nasce a conhecer o cheiro podre do vinho, exalado em palavras incompreensíveis e muito acima do tom, não é fácil não ficar assustado. Quando o Sagrado é tocado, guarda-se silêncio para se continuar em vida e manter por perto quem se ama.

A oração repetia-se todas as noites, mas acho que o meu Anjo da Guarda falava uma língua diferente e nunca entregou o pedido lá no Céu por não perceber o que eu dizia. Uma noite, em que ele provavelmente estava a descansar, acordei com gritos. Lúcifer pegou-me pela mão, levou-me até à cozinha e mostrando-me a navalha grande, disse-me que era hora de agir. E eu obedeci! Caminhei até ao quarto, mas não fui capaz de acabar com o pesadelo.

Eu pensei que se fosse boa, as coisas más acabavam. Eu pensei que se guardasse silêncio ninguém mais iria começar o dia com marcas no corpo e na cara...

Um dia descobri que o que me dava asco, era a minha maior arma. Passei a usá-la sempre que o pronúncio se mostrava desfavorável. Deixei de misturar urina e lágrimas e brincava com os pés descalços, fazendo bolos de lama e jogando às escondidas e à apanhada.Pelo menos o resto da tarde era tranquila e à noite todos dormiam sossegados.

Passaram mais de 20 anos... e quando fecho os olhos... volto a ter 7...

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