Sou...

A minha foto
Zürich, Zürich, Switzerland
Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.

Papiloma

Não me apetece ser forte! Estou farta de ser forte... Porque me dizem que tenho que lutar, ir em frente? Porque me dizem para não chorar? Afinal porque não se calam estas vozes todas de quem pensa que sabe como me sinto?

Há algum tempo atrás o meu telefone tocou fora da hora normal. Eram 8 e um quarto da noite e no ecrã apareceu o nome da minha médica. O meu medo, o meu maior medo iria tomar forma real depois de eu atender... E eu atendi.

Não consegui reagir ou falar grande coisa. Bloqueei, paralisei, fiquei muda...

Não mudou o valor que eu dou à vida, nem comecei a temer a morte. Simplesmente passei a tomar atenção ao cheiro do meu corpo. Cheira a... decomposição, ainda vivo. Cheira a... algo que dói. Cheira a uma ferida que não cicatriza, a um vírus que me consome, a defesas em luta. Cheira... a vestígios do que foi o meu cheiro, em menina.

Se eu pudesse pôr as culpas em alguém... Se eu ao menos pudesse pôr as culpas em alguém, atirar a raiva contra um muro, desfazê-la com pancada, arrastá-la pelo chão, pisá-la, humilhá-la, fazê-la baixa... insignificante...

Se ao menos... eu tivesse um abraço onde me pudesse demorar... até ser forte de novo, até ter coragem e vontade para sorrir a partir de dentro, para me sentir pequena e chorar, até tudo passar... e ao acordar, ter sido apenas um sonho mau...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Gostaste do que leste?
Nem por isso?

Deixa o teu comentário :D