Pego-te pela mão e puxo-te para mim. Digo-te baixinho, ao ouvido- vem, quero
mostrar-te algo. Entramos no comboio e subimos a montanha. Seguimos
depois por caminhos estreitos e carreiros apertados para desaguamos em
clareiras limpas e amplas, ladeadas por árvores grandes, altas e fortes.
A floresta abre-se para nós e na caminhada encontramos raposas,
milhafres, águias, ratos do campo, grilos, gafanhotos, aranhas e um sem
número de insectos e outros animais. Mostro-te os locais que sei de cor e
falo-te do cheiro do pinhal, dos carvalhos, das acácias, bétulas...
Cheira-se ainda o trigo quase pronto a ser colhido ali perto. São os
campos abertos e dourados, que há pouco ainda se salteavam de vermelho
que te quero mostrar. Sente-se o vento quente que agita as folhas acima
de nós. O canto das cigarras torna-se mais próximo. Vês aquela árvore lá
no alto? É lá que te quero levar. Abrimos caminho por entre o trigo
alto e deixamos atrás de nós o rasto da nossa passagem. Lá em cima a
sombra é fresca e a vista para poente desimpedida. Ficamos sentados, encostados ao tronco grosso do velho sobreiro. O sol desce e o céu tinge-se de rosa,
laranja, ouro e fogo. Encostas a cabeça no meu peito, dedilho o teu
cabelo. Aqui respira-se paz...
Sou...

- Rosa Oliveira
- Zürich, Zürich, Switzerland
- Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.
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