Sou...

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Zürich, Zürich, Switzerland
Irrequieta. Curiosa. Criativa. Apaixonada. Versátil. Nasci quando as estrelas se juntaram para me ditarem no destino a Arte. Deveria estar frio... mas eu não me lembro. Escrevo desde que aprendi a fazê-lo. Umas vezes para me divertir, outras por desafio a mim mesma, outras porque as mãos me suam, implorando que o faça. Talvez um dia dê ouvidos aos meus amigos e faça por escrever um livro e o publique. Os textos e fotografias deste blog são da minha autoria, salvo aqueles que estão assinalados em contrário.

Almofada de Penas

Não consigo dormir. A urgência das palavras e as mãos suadas impedem-me de fechar os olhos.Olho para ti, para o rosto sereno poisado na almofada. Para o corpo nú,enrolado sobre si, aninhado no sonho, debaixo do lençol. Depois de saciados, depois de sossegado o desejo, depois dos beijos, do suor, dos orgasmos, depois do teu adormecer... os meus fantasmas.


Paralizo entre a dúvida de te deixar no teu embalo tranquilo e o medo do acordar de manhã, deitada ao teu lado.

Rezo para que não acordes agora, enquanto descanço os meus olhos em ti. Ser apanhada a prescutar o teu mundo, seria como uma ladra ser apanhada a roubar o diamante mais precioso.

Rezo para que hoje o teu sono não seja interrompido porque tens que pegar no bloco e na esferográfica.

Rezo para que este momento possa durar um pouco mais.

Rezo...

Logo eu que não sou de rezar. Logo eu que me obriguei a esqueçer as orações que me ensinaram em criança... Eu, que por querer romper com as imposições, ordenei silêncio ao Anjo da Guarda e fechei à chave todas as recordações de datas importantes.

A religião... Foi-nos imposta para que tivessemos em que acreditar. Foi um acto de piedade, para que tivessemos onde nos refugiar, para que não nos sentissemos vazios. O problema disto tudo é que se esqueceram de nos avisar que o fruto proibido era aprender a pensar. As consequências de descobrir as mentiras não conseguem ser remediadas com bussulas.

Rezo para que não acordes... Não saberia o que dizer, porque agora estou vazia de palavras e o sono espreita.

E é então que tu te mexes, me olhas e sorris. Chamas-me para ti. Abres as asas e eu aconchego-me no teu abraço. Beijas-me a nuca despida de cabelos e deixas escapar um: Gosto de ti, tolinha. Bons sonhos...

2 comentários:

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