-“Grazie Paolo!” E com um braço no ar acenas “arrivederci”.
Os miúdos apercebem-se da chegada do táxi e correm para a porta saltando-te para os braços e pernas mal entras em casa. Por entre os braços pequeninos que te envolvem o peito, as costas e a cabeça, e os beijos, dás-me um sorriso. Eu retribuo e aceno positivamente e nesse momento és arrastado para o quarto deles para te sentares na poltrona e contares a história de mais uma viagem. Os olhos grandes fixam-se no teu rosto, e tu começas a falar das cores com que o Outono pintou os parques de Antwerp e dos reflexos da cidade no cais...
“Estavam cansados, passámos o dia a brincar na areia e na água”, digo-te, quando passados 10 minutos adormecem os dois no teu colo. Ajudo-te a deitá-los e depois ficamos abraçados, a matar saudade do toque e do calor... a tentar num momento recuperar o tempo e a distância que nos separou nos últimos dias.
Estamos no final de Setembro e as noites arrefecem. Mas vamos sentar-nos nas escadas que dão para a praia. O mar está calmo e embala-nos num conforto que se compõe com um chá de flores de hibisco quente. Trocamos as últimas novidades de uma forma leve e rápida. Temos pressa para nós. E depois acontece o beijo que principia num abraço e não se quer soltar. Sinto as tuas mãos no meu corpo e as minhas procuram-te. É um toque leve, mas que vibra e me percorre mesmo nos pedaços de pele onde não tocas. Pego-te na mão e coloco-a sobre o meu ventre e olho para ti. Sorris...
-“Quando soubeste?”
-“Hoje...”
E voltas a abraçar-me, aquecendo-me as costas que arrefeceram.
Entramos e conduzes-me até ao quarto. Esta noite é para saciar o desejo e o que arde em nós...

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