Às vezes as palavras só atrapalham! Acontece muito aquilo que dizemos ser interpretado de forma diferente daquela que pretendemos ou sentimos. E acontece também darmos a nossa própria interpretação ao que ouvimos... Acho que o lugar aos erros e equívocos começa na desarmonia e dessintonia entre seres. Diferenças no grau de energia, na abertura e vontade de compreender. Sim, porque há que ter a vontade de entender e trabalhar nisso. Mas este é o meu ponto de vista e eu só falo do que se passa comigo...
Hoje até pareço o Nuno a pensar...
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*Foto da Net |
Antes sentia-me toda inchada e orgulhosa por manter a minha forma de pensar. Tão burrinha que eu era... Ao insistir nas minhas certezas e fechando-me a novas experiências e formas de adquirir conhecimento, estava a impedir-me de evoluir. Foi preciso fazer-me pequenina de novo. Foi preciso a vida fazer-me nascer, depois de nascida, para eu aprender que humildade não é uma palavra, mas um estado que deve ser cultivado. Dá trabalho ser humilde! Ah pois dá. Isto de ter acordado é bom :)! Quando olho para o meu passado vejo que desperdicei vida! Como é possível que eu não soubesse respirar e que nem sequer entendesse o que isso queria dizer?
Lembro-me de muito poucos momentos em que tivesse vivido realmente: Dois deles aconteceram na infância. E curiosamente, na companhia do meu pai.
Um dia de verão ( ou se calhar Primavera avançada), estavamos no alto de uma montanha. Naquela altura o fogo ainda não tinha passado por lá. E lembro-me do ar fresco daquela manhã. Do sol a reflectir-se no verde das agulhas dos pinheiros. Não sei se era por ser pequena (nem sequer sei que idade tinha, sei que foi antes dos 7 anos), mas os pinheiros pareciam enormes! Se calhar eram mesmo... Mas o que não esqueço é o som desse dia. O vento fresco a fazer música com os pinheiros! E lembro-me de sorrir quando um avião passou muito alto, no céu!
Outra memória, ainda mais antiga, foi uma ida aos míscaros. Eu sei que era muito pequena. Sei que foi antes dos 5 anos. Porque me lembro de depois a minha mãe os estar a preparar na cozinha da nossa primeira casa. Lembro-me do cheiro do musgo e do cheiro húmido dos castanheiros. E do som do rio a correr. E de um pinheiro manso. O maior que eu alguma vez tinha visto... Lembro-me do verde e do silêncio, cortado apenas pelo bater da água nas pedras e pelos pássaros. Posso estar completamente errada, mas tenho a sensação que não estaríamos muito longe do Natal.
Ainda ando longe do que pretendo : Ser perfeita! Sim:) Eu pretendo ser perfeita! E não quero com isto dizer que quero ser superior... Tenho trabalhado todos os dias, mas ainda há muito pra fazer... É como construir um grande edifício, que precisa sempre de manutenção.
Eu estou em construção... para encontrar a harmonia e sintonia com a minha essência. E a minha meta de perfeição é esta :)
Nem imaginas como me fez bem ler o teu post... :) Trouxe-me tão belas recordações, também do meu tempo de menina... :) Pois a nossa aldeia é linda e tem sítios, sons, paisagens, ... magnificas... :D
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